Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(11): e20230750
Síndrome Pós-COVID ou COVID Longa: Um Novo Desafio para o Sistema de Saúde
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Qualidade de Vida em Longo Prazo e Desfechos após Internação por COVID-19 no Brasil: Protocolo do Estudo Pós-COVID Brasil 1".
A COVID-19 representou um desafio sem precedentes para a saúde pública em todo o mundo. Segundo o ‘WHO Coronavirus (Covid-19) Dashboard ’ (atualizado em 18/10/23), a doença afetou 770 milhões de pessoas e causou 6,9 milhões de óbitos. Em número de casos o Brasil ocupa a 8 a posição (38 milhões), subindo para a 2 a em número de óbitos (mais de 700 mil) e, infelizmente, alcança o 1 o na taxa de letalidade com, aproximadamente, 368 óbitos/100 mil habitantes. Esses dados indicam que, se a pandemia foi devastadora para o mundo, foi ainda mais drástica para a população brasileira. A letalidade da doença a nível mundial foi de cerca de 1% e, também neste indicador, o Brasil tem destaque negativo com letalidade próxima a 1,9%. Como a doença afetou um número enorme de indivíduos, também é grande o contingente sobrevivente à doença.
A maior parte dos indivíduos afetados pelo SARS-CoV-2 se recupera plenamente após a doença. Uma parcela importante, entretanto, permanece sintomática por um período variável de tempo. A persistência de sintomas é mais frequente e variada nas formas mais graves da doença. Numa coorte de 41 pacientes que necessitaram internação hospitalar por, em média, 9 dias, 80% apresentavam função pulmonar diminuída 30 dias após alta, a qual persistiu por até 6 meses em cerca de 10% dos pacientes, alguns deles com sinais claros de síndrome pulmonar restritiva, fator limitante para o esforço físico. ,
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Palavras-chave: Síndrome Pós-COVID-19 Aguda; Sistemas de Saúde
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