Arq. Bras. Cardiol. 2021; 116(1): 127-128
Taquicardia Atrial Para-Hissiana e Taquicardia de Reentrada Nodal Atrioventricular: 25 Anos Depois, a Mesma História?
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Ablação por Cateter de Taquicardia Atrial Focal com Ativação Precoce Próxima ao Feixe de His, a Partir da Cúspide Aórtica não Coronária".
A história recente da taquicardia atrial para-Hissiana (TAPH) se parece muito com a história mais antiga da taquicardia de reentrada nodal atrioventricular (TRNAV). O debate sobre os limites anatômicos precisos da reentrada nodal atrioventricular continua hoje no que diz respeito à TRNAV, mesmo 75 anos após a primeira suspeita de que alguns mecanismos de taquicardia supraventricular poderiam envolver a região do nó atrioventricular. Nesse tipo de arritmia, o primeiro alvo para a terapia ablativa por cateter foi a via rápida do nó atrioventricular: essa abordagem apresentou alta taxa de sucesso, mas a indução do bloqueio atrioventricular foi encontrada em mais de um a cada cinco pacientes. Após alguns anos, foi proposta uma abordagem por via lenta, que se mostrou mais eficaz e segura do que a abordagem por via rápida. Por alguns anos, essa nova abordagem gerou algum debate na comunidade de eletrofisiologia. Alguns autores chegam a sugerir a substituição de uma técnica por outra, desde que a TRNAV persistisse. Atualmente, a abordagem pela via rápida foi definitivamente abandonada e, quando pensamos em ablação por cateter de TRNAV, pensamos apenas na ablação por via lenta.
A TAPH é um grupo de taquicardias atriais (ATs) com origem próxima à região do feixe de His. Sua prevalência é bastante elevada em algumas casuísticas, por isso é importante aprender a reconhecê-las e tratá-las. Hoje em dia, da mesma forma que a TRNAV, também para a TAPH existe um debate tanto sobre o sítio anatômico de origem desse tipo de arritmia, tanto sobre o mecanismo, quanto sobre a melhor abordagem de ablação por cateter.– Alguns autores sugerem a presença de um pequeno circuito reentrante adjacente ao anel tricúspide; outros descreveram a TAPH como ATs focais originando-se de vários pontos ao redor do anel tricúspide ou mitral. As TAPH são passíveis de ablação por cateter por várias abordagens, incluindo o septo interatrial direito, septo interatrial esquerdo por punção transeptal e seio não coronário (SNC) de Valsalva da raiz aórtica por abordagem transaórtica via artéria femoral.
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