Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(5): e20250233

Taquicardia Ventricular Não Sustentada e Cardiomiopatia Hipertrófica: Quando Considerá-la como Fator de Risco para Morte Súbita e Mortalidade Total?

Lucas Simonetto Faganello ORCID logo , Mauricio Pimentel ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20250233

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Valor Prognóstico da Taquicardia Ventricular não Sustentada na Miocardiopatia Hipertrófica em Coorte Brasileira: Comparação com Literatura Mundial".

A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma causa importante de morte súbita cardíaca (MSC), particularmente em pacientes jovens., O implante de um cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) em pacientes de alto risco é um aspecto fundamental do tratamento da CMH. No entanto, atualmente não há ensaios clínicos randomizados para orientar a seleção de pacientes candidatos ao implante de CDI. As recomendações são baseadas em coortes retrospectivas que identificaram a relação entre características clínicas e prognóstico. Os fatores de risco para MSC incluem histórico de síncope ou taquiarritmia ventricular, histórico familiar de morte súbita, espessamento da parede ventricular esquerda, disfunção sistólica, aneurisma apical, realce tardio na ressonância magnética e presença de taquicardia ventricular não sustentada (TVNS).

A TVNS ocorre em 20-30% dos pacientes com CMH e é um preditor independente de MSC. No entanto, a força dessa evidência varia entre os estudos observacionais publicados, frequentemente devido a diferenças nas populações estudadas ou nos critérios diagnósticos. Pesquisas conduzidas em centros terciários indicam que a presença de TVNS está associada a um maior risco de MSC, enquanto estudos de centros não referenciados não identificaram uma associação estatisticamente significativa. Outro ponto de discussão são as características da TVNS que devem ser consideradas. Enquanto a diretriz americana dá maior ênfase a arritmias mais frequentes, mais longas e mais rápidas, a diretriz europeia argumenta que não há evidências robustas para apoiar isso., A diretriz brasileira considera a TVNS relevante quando é frequente (≥ 3), mais longa (≥ 10 batimentos) e mais rápida (≥ 200 batimentos por minuto).

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Taquicardia Ventricular Não Sustentada e Cardiomiopatia Hipertrófica: Quando Considerá-la como Fator de Risco para Morte Súbita e Mortalidade Total?

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