Arq. Bras. Cardiol. 2021; 116(4): 772-773
Taxa Atual de Mortalidade por Doenças Cardiovasculares no Estado do Rio de Janeiro: Mais do que Apenas um Sonho no Rio
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Tendências Recentes de Mortalidade Cardiovascular nas Regiões de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e Capital".
As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte em mulheres e homens no Brasil. Desde 1980, houve uma redução significativa da mortalidade por essas doenças. De 1980 a 2012, a menor redução foi de 31% para doenças isquêmicas do coração (DIC) em homens, e a maior redução foi de 54% para doenças cerebrovasculares (DCBV) em mulheres. Apesar de uma redução importante da mortalidade por DIC, a redução da mortalidade por DCBV foi a que mais contribuiu para a redução total da mortalidade por DCV. No entanto, análises comparativas dos períodos de 1980 a 2006 com os de 2007 a 2012 mostraram maior redução percentual da mortalidade por DCV, DIC e DCBV no período de 1980 a 2006. No período de 2007 a 2012, houve redução significativa, porém menos intensa, da mortalidade por DCV e DCBV quando comparada ao período anterior, enquanto a mortalidade por DIC permaneceu inalterada em mulheres e homens. O mesmo fenômeno foi observado nos EUA e em alguns países da Europa neste período, e essa tendência desfavorável tem sido associada ao aumento da incidência de obesidade e diabetes mellitus e ao controle inadequado dos fatores de risco.– O controle dos principais fatores de risco para DCV reduz a mortalidade por DCV em pelo menos 50%, e o que se destaca neste processo é a prevenção primária por meio do controle dos principais fatores de risco, a saber, hipertensão, tabagismo, diabetes e dislipidemia.,
A hipertensão é o principal fator de risco na gênese da DCBV, enquanto os demais fatores de risco também participam da gênese da DIC, o que leva a maior dificuldade na prevenção da DIC, justificando a tendência desfavorável da DIC em relação à DCBV. Atualmente, o nível socioeconômico (renda familiar, emprego, educação e fatores ambientais) também é considerado um fator de risco independente para DCV que é equivalente aos fatores de risco tradicionais. A influência do nível socioeconômico é um dos principais fatores responsáveis pela maior mortalidade por DCV nas populações menos favorecidas.
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