Arq. Bras. Cardiol. 2024; 121(4): e20240140

Usando Troponina de Alta Sensibilidade para Melhorar a Previsão de Risco após Cirurgia Não Cardíaca – Já Chegamos Lá?

António Tralhão ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20240140

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Adição da Troponina Ultrassensível à Avaliação de Risco Perioperatório Melhora a Capacidade Preditiva de Morte em Pacientes Submetidos à Cirurgia Não Cardíaca".

A perturbação homeostática relacionada à cirurgia não cardíaca é um gatilho bem descrito para morbidade e mortalidade cardiovascular no pós-operatório imediato e tardio., Por meio de múltiplos mecanismos, incluindo inflamação e hipercoagulabilidade, instabilidade hemodinâmica e perda sanguínea, hipoxemia ou suspensão de terapias protetoras, condições cardíacas crônicas conhecidas ou silenciosas, como doença arterial coronariana, disfunção ventricular esquerda ou doença valvar, podem servir como substrato para isquemia e infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca ou arritmias.

Epidemiologicamente, uma taxa significativa de complicações cardíacas, combinada com um imenso número de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos não cardíacos por ano, cria um grande desafio à saúde pública, mudando necessariamente o foco para a prevenção. Tradicionalmente, a avaliação de risco tem sido baseada em fatores do paciente, tipo de cirurgia e urgência da intervenção, que estão incluídos, embora com pesos diferentes, nos escores de risco disponíveis., Infelizmente, a capacidade discriminativa das pontuações existentes está longe de ser ideal, deixando espaço para ferramentas complementares como os biomarcadores. Especificamente, foi demonstrado que a liberação de troponina cardíaca (cTn) na corrente sanguínea, refletindo lesão multifatorial de cardiomiócitos, sinaliza aumento de morbidade e mortalidade quando elevada no período perioperatório. No entanto, e até agora, a integração deste chamado MINS (“lesão miocárdica após cirurgia não cardíaca”) com a mais familiar avaliação de risco clínico, na tarefa de previsão de risco continua a ser uma questão a ser devidamente respondida.

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Usando Troponina de Alta Sensibilidade para Melhorar a Previsão de Risco após Cirurgia Não Cardíaca – Já Chegamos Lá?

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