Arq. Bras. Cardiol. 2024; 121(5): e20240307

Valor Prognóstico da Pontuação PRECİSE DAPT em Pacientes MINOCA com Síndrome Coronariana Aguda

Henrique Tria Bianco ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20240307

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Valor Prognóstico da Escore PRECİSE DAPT em Resultados de Curto e Longo Prazo em Pacientes MINOCA com Síndrome Coronariana Aguda".

Nas últimas décadas, o manejo terapêutico do infarto agudo do miocárdio (IAM) progrediu substancialmente devido às crescentes inovações. Desta forma, o desenvolvimento e a compreensão de biomarcadores, como por exemplo, a troponina, apresentou-se como um marcador diagnóstico mais preciso da lesão miocárdica e é agora a pedra angular das definições contemporâneas de IAM. Esses achados facilitaram o desenvolvimento de terapias de reperfusão para o infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST), inicialmente envolvendo terapia trombolítica intravenosa e, subsequentemente, intervenções coronárias percutâneas primárias, quando as primeiras demonstraram ser menos eficazes na restauração do fluxo sanguíneo coronário angiográfico e na melhoria dos resultados clínicos. Entretanto, cerca de 5% a 6% dos casos de IAM apresentam-se com coronárias sem lesões obstrutivas (ou seja, lesões com mais de 50% de estenose), doravante denominado MINOCA, do inglês, myocardial infarction with nonobstructive coronary arteries (infarto do miocárdio com artérias coronárias não obstrutivas). Dados de grandes registros sugerem prevalência de MINOCA entre 2 e 10%, dependendo da coorte estudada e dos critérios diagnósticos utilizados. O maior desses estudos examinou pacientes com IAMSSST do registro CRUSADE e relatou que o sexo feminino e em idade mais jovem, foram os únicos preditores clínicos independentes de MINOCA.

Um aspecto importante na avaliação de pacientes com MINOCA aparente é excluir causas não isquêmicas, como embolia pulmonar, insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca crônica, miocardite, cardiomiopatias (infiltrativa, takotsubo, periparto…), acidente vascular cerebral, choque séptico, síndrome do desconforto respiratório agudo, trauma cardíaco (incluindo iatrogênico), queimaduras graves, agentes quimioterápicos e exercícios extenuantes. O espasmo da artéria coronária é outra causa importante de oclusão transitória de uma artéria epicárdica e a marca registrada da angina variante ou vasospástica. A presença de alterações transitórias do segmento ST durante a dor torácica que responde à terapia com nitrato é consistente com o diagnóstico. Claramente, mais estudos são necessários nesta área, especialmente porque a angina vasospástica está associada a risco aumentado de IAM/morte.

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Valor Prognóstico da Pontuação PRECİSE DAPT em Pacientes MINOCA com Síndrome Coronariana Aguda

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